quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Feriado na função

Legal or illegal, be smart. 
(conselho de um guia numa pré pool party em algum lugar do planeta)


Sou fã da The Week e acho incrível o trabalho empresarial do André Almada, um cara de visão que colocou a casa no circuito internacional, não devendo nada a outras cidades onde a vida gay é incrível, como Madrid, Londres, Nova Iorque ou Barcelona. Os gringos inclusive, quando pisam na TW ficam impressionados e surtados com toda a infra e toda a saliência dos brasileiros, hehehe... ou vocês acham que essa pegação rola assim, fácil, em outros lugares? Garanto que não.


Apesar de um deslize ou outro na organização das festas, há dois momentos especialíssimos no ano, em que os viados do país inteiro fazem romaria a SP. Na semana da Parada (junho) e no 7 de setembro (aniversário da TW). Podemos, nesses dois momentos, esperar festas incríveis, atrações internacionais e um fluxo de gente bonita que te faz achar que o mundo é todo gay.

Claro que eu e meus amigos fomos aproveitar.

A TW já trouxe em outros momentos DJs israelenses e eu passei a ouvir mais o trabalho deles... agora estou completamente apaixonado e empolgado.

Na 5a feira tivemos Sagi Kariv - o príncipe de Tel Aviv.


AAAHHHH, eu tenho uma queda por homens do oriente médio, árabes e judeus... acho realmente que são lindos! O Sagi faz uma linha slim que eu piro... a cor da pele, o rosto fino... my #candyboy!

A 5a foi especial ainda porque tivemos o 'batizado' da Bia, amiga do Mário. Ela é sapa e estava indo pela primeira vez a uma festa destas e claro, ia tomar todos os aditivos que normalmente tomamos. 

Quando a bala bateu, no começo do show do Sagi, ela ficou muito à vontade e curtindo muito tudo o que estava acontecendo. Tanto que tirou a blusa e ficou só de soutien.


Naquele momento eu e meus amigos já tínhamos encontrado meu casal delicioso Laio e Roberto. O Laio, que é super despachado, foi e deu um beijo de língua na Bia. Eu olhei, ri, e não me fiz de rogado, peguei ele e ela e demos um beijo a três. 

O Mário, sempre careta, hehehe, foi lá brincando e acabou com nossa festa... mas eu fiquei abraçado com a Bia, meio que curtindo com ela, inclusive pelo fato de ela ter dado essa abertura (pra mim ela, se ficasse com alguém ali, seria com uma menina).


Os meninos saíram pra andar e nós ficamos ali, nos abraçando, trocando energia, carinho e eu expliquei isso pra ela, que a bala dava essa sensação, que deixava a gente mais amoroso, e que não necessariamente era algo sexual.

Ela concordou e disse que gostava muito dessa troca de carinho. E aí me falou:

"Agora eu entendo por que vcs tiram a camisa na balada"

Eu dei muita risada. Era realmente incrível que uma mulher lésbica (e super tímida no dia a dia) estivesse ali com a gente, num grupo de uns 6 gays e estivesse vivenciando tudo isso conosco. 

Essa mesma troca de carinho (e de tesão também, claro) eu tive novamente com o Laio e Roberto, eles estavam muito amorosos e nós nos curtimos. A umas tantas Laio me disse: "saudade da tua cama". [deve vir repeteco por aí nos próximos dias, hehe]

Uma dose de Gi no começo da festa me abriu a empolgação, até que chegou o show do Sagi e já era momento da bala, que bateu maravilhosamente bem, mas durou menos do que eu gostaria. O show não foi tão bom quanto eu esperava, mas não posso reclamar. Ali estavam presentes todas as coisas de que gosto.

Na sexta fiquei quietinho em casa, descansando, porque queria garantir toda a energia para o sábado, dia do outro DJ israelense, Offer Nissim.

Essas festas são pesadas, usamos muitos aditivos e ao longo do tempo eu venho adquirindo mais parcimônia para não tentar passar do meu limite, e assim, aproveitar ao máximo. Eu já sabia que 3 noites nesse esquema seriam muito pra mim. Na semana da Parada eu já tinha perdido a noite de sábado pq vim numa sequência de festas na 5a e 6a que me deixaram derrubado, gripado e minha resistência baixou tanto, que pela 1a vez, apareceu um pequenino herpes embaixo do lábio (felizmente curado em pouco tempo e nunca mais retornado).

Voltemos então a Offer Nissim - a rainha de Tel Aviv!


Quando ouvi Offer Nissim pela 1a vez, achei que era a pessoa que cantava a música. E achei que fosse uma mulher. Um tempo depois Mario me disse que era um homem e eu levei muito tempo pra refazer a equação por causa do aspecto andrógino dele (que, após certo estranhamento no começo, passei a achar bastante interessante). 


Eu sempre detestei música eletrônica, mas talvez fossem aquelas músicas mais pesadas, sequências instrumentais intermináveis. Agora quando você pega ótimas cantoras, melodias agradáveis, letras interessantes e, melhor, faz remixes de sucessos, aí tudo muda de figura. Offer faz tudo isso de forma majestosa! [veja aqui o meu setlist predileto]

E ainda traz na bagagem duas ótimas cantoras, também israelenses: Maya Simantov e Ania Bukstein. Pra malhar, não tem set lists melhores.



Offer se apresentou no sábado. Minha colega, o que foi essa noite...

Nos aquecemos com Gi e eu encontrei Ígor, meu amigo fervidíssimo de Brasília e toda sua turma... Rapaz... o negócio ali parece um buraco negro, vc entra e não consegue sair... a galera muito animada... eu beijei tanta gente, na sequência, que chegou uma hora que até me perdi... eu ia e voltava, tinha gente que chegava, gente que saía da roda, o Gi batendo na potência máxima, e uma hora eu realmente me perdi um pouco.

Nessa hora falei pro Ígor: 'me leva pra tomar uma coca cola.' Santo Ígor, me tirou dali no momento exato... consegui dar uma parada, uma respirada, ingerir uma boa dose de açúcar e me situar.

Daí veio uma saudade avassaladora do Asher e eu não aguentei, comecei a chorar copiosamente. Tudo ali me lembrava ele e tudo o que eu queria era que ele estivesse ali comigo, que a gente pudesse estar em contato. O Gi deixa minhas emoções muito espontâneas, muito à flor da pele... o Ígor foi super sensível (como sempre é), me acolheu, me ouviu e me deu alguns conselhos.

Eu me recobrei rapidamente e voltamos ao show... pensa que acabou? Não...

Eu comecei a andar, meio que caçando mesmo, vendo se via alguém interessante que pudesse trocar energias (e fluídos). Eis que uma hora troco olhares com um cara bem interessante, branquinho, da minha altura... parei ao lado dele, a troca de olhares continuou... até que uma hora ele chegou em mim e disse: 'meu namorado é esse aqui da frente, você quer beijar a gente?'

Eu dei uma broxada, pq queria ficar só com ele... disse um tímido: "ah... acho que não"... mas também não saí dali, continuei no mesmo lugar... Ainda bem que ele não se fez de rogado, puxou o namorado e os dois me cercaram, começaram a dançar comigo no meio e aí eu cedi... comecei a beijar os dois, virava pra um, depois virava pro outro (no menàge, acabei sendo o hambúrguer entre duas deliciosas fatias de pão pullman).


E não é que a coisa foi ficando gostosa, interessante... a liga começou a se formar, o tesão foi perpassando e eu fui me permitindo também curtir o outro cara... (e no final tava curtindo mais ele do que o 1o cara, pelo qual tinha parado naquele lugar).

Uma coisa bacana aqui é que eu me permiti e deixei que eles ficassem com a mão no meu pau, embaixo da cueca... às vezes me dava timidez, mas logo no começo um deles colocou a mão lá, gostou, riu dizendo que ele era babão (e é, de fato) e ao longo do tempo, vira e mexe eles colocavam a mão no meu pau e ficavam lá... às vezes até davam uma batida de leve... 

Eu fiz o mesmo com eles e foi muito tesão...

Vocês sabem que eu adoro casais... adoro mesmo, curto esse lance de ficar a 3. E esse casal me deu ali exatamente o que eu tava precisando: um mix de pegação e carinho... nos pegamos forte, mas também nos abraçamos, nos acariciamos, mão no rosto, na cabeça. Fiquei ali com eles um bom tempo nessa vibe deliciosa. Nós trocamos telefone e combinamos de em breve nos encontrar na casa deles para uma tórrida noite de sexo. 

Pra fechar a noite, um negro lindo, chamado Marcos, cruzou meu caminho e parou... pense num corpo talhado, e ao mesmo tempo, peludo... ele me perguntou: 'e aí, gosta de uma melanina?' eu ri e disse um "sim" bem convincente, pra ele não ter dúvida. Foi uma ficada deliciosa, porém rápida, pois já estava ali na função há bastante tempo e teu corpo uma hora te lembra disso.


Eu acabei nem tomando bala no sábado, e me ressinto de ter tomado uma dose de Gi a mais da que deveria. Acabei não curtindo o show do Offer Nissim tanto quanto gostaria, foi realmente uma pena... Mas no balanço geral, o feriado foi incrível, intenso, vivenciado no limite com todos os elementos que gosto.

E depois de 11 horas de diversão com os amigos, pegação forte, química e a melhor música eletrônica do planeta, eis que volto pra casa... tomo um banho, como algo leve e me jogo na cama... protetores de ouvido, um comprimido de frontal e o máximo de escuridão possível.

Fiquei meio grogue no outro dia e na 2a e 3a também... senti o baque dessa maratona no meu corpo e na minha disposição pro trabalho e pra malhação. Ainda não me recuperei totalmente.

Então, vou terminar o post fazendo essa reflexão: quando falo aqui de aditivos e de pegação, não quero passar uma imagem romantizada disso... prefiro que quem ler, leia numa perspectiva de que aqui também temos ônus e bônus (como em qualquer outra área da nossa vida). 

Pegar geral é ótimo, principalmente pra quem, como eu, adora beijar.  As experiências com químicos são também incríveis, mas a fronteira entre o bem estar e a colocação pode ser tênue... é preciso aprender como transitar nessa fronteira de maneira menos danosa e menos perigosa... no sábado, uma hora eu realmente senti que tava perdendo o controle da situação... na 5a, outro amigo meu passou um pouco mal por ter tomado dois tiros de key quase que na sequência... e que bom que os amigos cuidam uns dos outros... há uma solidariedade ali de todos que estão no mesmo bote. Isso faz toda a diferença.

Então continuo batendo nessa tecla que de podemos (e devemos) aproveitar os prazeres da vida. Minha escolha tem sido essa nos últimos anos. Mas que possamos tentar agir com um mínimo de parcimônia e sabendo dos riscos e dos ônus que existem. Assim, vc faz escolhas com maior consciência das perdas e ganhos que terá e analisa até onde está disposto a ir.

Basicamente, isso é ser adulto. O resto, é hipocrisia e/ou infantilidade. 

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