quarta-feira, 19 de abril de 2017

Carnaval 2017 parte II - receita pra afastar mágoas

Eu não espero o carnaval chegar pra ser vadia. Sou todo dia, sou todo dia! (Pabllo Vittar) 

Três anos de carnaval no Rio e deu pra aprender muita coisa da dinâmica gay da festa lá. Eu jamais saberia que podia ser assim. Agora, não troco!

 

Os aplicativos de troca de mensagens e as redes sociais ajudam imensamente pra que você faça a escolha certa ou a menos pior. Com eles você consegue ter uma boa idéia de onde a galera que é igual a vc vai estar e daí, é só zarpar pra lá (claro, se vc tiver comprado o bilhete do metrô antes, sair com antecedência pra pegar as filas imensas das estações da zona sul ou conseguir pegar um uber ou taxi via app).

Alguns blocos, que muitas vezes parecem mais aglomerações caóticas improvisadas, têm um "carimbo" de gay ou gay-friendly na testa, e isso significa que a sua chance de beijar e se divertir com outros muitos boys aumenta significativamente. 

 

Sim, porque no Rio há tantos blocos e tem pra todos os gostos, inclusive para os héteros e aqueles mais família, mais tradicionais. Então, saber escolher é fundamental, até porque muitos acontecem em horários simultâneos e a festa tem só quatro dias. 

Claro... O Rio fica muuuuuito gay no Carnaval, não é que haja uma segmentação estrita; em praticamente todos os lugares você deverá ver rapazes se beijando... Mas se dá pra facilitar, por que a gente vai complicar, não é? E eu, particularmente, destesto aglomeração de hétero bêbado querendo arrumar confusão. 

Tenho um amigo que toda vez que sai à noite dá um show de pegação nas pistas de Sampa. Só que no carnaval ele muda o foco... Ele veste sua fantasia riponga de palhaço e sai pra dançar marchinhas com as amigas HT e beber até cair. Rola um boy no meio do caminho? Claro que rola [ou rôla]... Até mais de um. Mas ele não tá pensando nisso quando faz a mega planilha excell organizando seus 5 ou 6 blocos por dia de folia. 

 

Eu não, eu já quero estar num aglomerado de gente interessante e com vontade máxima de interagir. Quero estar em lugares onde me sinta parte da maioria e onde haja abertura para a liberdade e para a libertinagem. 

 

Isso você encontra no Rio. E cooooomo encontra, minha colega!

Pra quem relaciona a vivência ampliada da sexualidade como um importante exercício de liberdade é simplesmente sensacional poder entrar dentro da muvuca de um bloco, sem camisa, latinha de cerveja na mão, algum pequeno adereço charmoso [como chapéu panamá, gravatinha borboleta, entre outros] e paquerar, olhar nos olhos, dizer na lata "delícia, quero vc!", ou mesmo nem precisar dizer nada e simplesmente beijar... beijar... beijar [como se o mundo fosse acabar logo ali quando o bloco dobrasse a esquina]. 

        

Um festival sequencial de beijos, com quantos você quiser e conseguir. Às vezes vc gosta mais de um beijo e fica ali parado por mais um tempinho... Mas a fila anda e vc quer conhecer outros foliões. Ação exploratória de corpos e bocas na potência máxima. 

Carnaval é isso.... Quantidade [às vezes, confesso, a gente abre mão um pouco da qualidade hehehe], fugacidade e luxúria. [poderia até fazer uma defesa moral desta equação, mas não tô com o menor saco agora. E claro...não sou obrigado kkkkkkk]

PS1: infelizmente, a região da Farme de Amoedo em Ipanema ficou perigosa... Local certo de muitos meliantes mal intencionados e chance altíssima de ter seu celular furtado ou mesmo de ser assaltado. Uma pena... Nos dois últimos anos senti um clima muito pesado ali. Mas continua cheeeeeio de viado! 

PS2: não deixe de curtir a praia em Ipanema, pedalar e/ou correr na Lagoa, e depois se jogue nos bloquinhos do centro do Rio, mais seguros e divertidos!  Tenho um super carinho pelo Toco Xona, bloco de Sapas lá de botafogo que mandam muito bem no som pop! O outro bloco BAPHÔNICO se chama Bloquete (sugestivo o nome, não?) - é chegar e se jogar!

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