segunda-feira, 11 de julho de 2016

Amar! (por Florbela Espanca)

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

A 1a estrofe reflete um pouco o meu atual estado de espírito e eu tenho tentado não me importar em me sentir contraditório. Tenho tentado não me importar de oscilar o desejo, de às vezes querer uma coisa e no momento seguinte querer outra diferente. 

O ano tem sido rico de experiências sensoriais, tácteis, químicas, sonoras... sempre em boas companhias, a do meu amigo em especial - my partner in crime! Mas não nego que às vezes também bate uma vontade de estreitar laços, de ter alguém com a cabeça recostada no seu peito, de fazer café da manhã e levar na cama pra ele... enfim... cuddle fellings...

Eu tenho tentado não agir em termos de oposição estrita - OU 1 coisa OU outra. Detesto pensar assim e me recuso a pensar assim (alguns talvez digam que isso é escapismo e recusa em ver o óbvio... que é simplesmente dificuldade em decidir... mas até prova irrefutável em contrário eu continuo na teimosia). De forma até um pouco errática, malabaristicamente, sigo tentando buscar tudo aquele que meu desejo pede, nada menos do que isso. 




Esse mesmo grande amigo ontem me escrevia: Mais um fds doido. Onde vamos parar?
Eu lhe respondi: Não sei. Mas tô gostando do caminho.





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