segunda-feira, 9 de maio de 2016

Você precisava saber...

Eis que hoje, no meio de uma reunião chata que tenho de conduzir todas as 2as feiras, me chega essa msg deliciosamente "traquinas":

Boa tarde meu lindo doce e querido. Queria te dizer Q sábado transei a tres. Eu, um Moço e uma Moça. Vc precisava saber.

Eu achei a msg sensacional, pq esta é uma amiga que levou muito tempo pra se sentir bem com sua sexualidade, pra se permitir conhecer outras meninas, conhecer seu próprio corpo e todo o prazer que ele lhe poderia proporcionar (e olha que ela é uma mulher linda, um corpo lindo, sempre sorridente, de bem com a vida).

Isso me fez pensar que muitas vezes meus amigos me trazem relatos parecidos como este, de experiências sexuais, de aventuras, de acontecimentos inesperados. Eu devo ter cara de confidente, hehehe, mas acho que é porque as pessoas sabem das minhas posições mais liberais e abertas sobre sexualidade, então se sentem à vontade para comentar comigo, o que me deixa feliz, e eu gosto de ouvir e discutir junto.

O Fabinho, de quem já coloquei um post aqui, sempre fala comigo dos dilemas dele quando tá saindo com outros caras... de algumas situações nas quais ele não sabe agir quando está numa relação mais estável... e também em situações mais de putaria, onde ele ainda tem um pouco de dificuldade em aceitar que ele pode agir assim, que pode transar de forma livre, sem compromisso e com quem ele bem quiser.

Outro amigo próximo, que mora junto com o companheiro há muitos anos, tem uma posição dúbia... Ele é mega ciumento, valoriza o casamento, a vida a dois (é o maior serial monogamist que conheço), faz marcação cerrada em cima do marido... mas de tempos em tempos não resiste e acaba se envolvendo em situações de pegação no chuveiro da academia ou em viagens a trabalho... e pra quem ele vem contar depois? Pra mim... é uma vontade/necessidade de contar pra alguém que não vá julga-lo, pelo contrário, vai se deliciar em ouvir a experiência.

Eu já disse pra ele várias vezes (e acho uma pena que ele não tenha disposição em fazer isso) de que ele deveria abrir o jogo com o marido (que eu tenho certeza, também dá seus pulos de vez em quando) e deixarem essa questão fluir melhor, sem precisar mentir (claro, também não precisa ficar contando... mas acho que seria mais honesto conviver com essa possibilidade, com regras mínimas de conduta).

Gosto de saber que as pessoas, ainda que de forma contraditória e talvez por uma certa inevitabilidade trazida pelo seu próprio desejo, tem se permitido experiências novas, diferentes, que fogem do padrão pobre heteronormativo e monogâmico. Keep an open mind... always... 


Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another (Kravitz & Ciccone, 1990)


                                            




Nenhum comentário:

Postar um comentário