terça-feira, 28 de novembro de 2017

Rejeição - estratégias adicionais para lidar

Eu achava que ficaria numa trilogia sobre o tema, mas pela 1a vez aqui no blog me deu vontade de escrever um 4o post a respeito. Se quiser acessar as outras partes, clique Parte I  Parte II  Parte III

Isso mostra também o meu próprio interesse pelo assunto e que vale a pena buscar mais insumos e me aprofundar nas reflexões. As que tive até aqui me foram e me tem sido bem válidas. Me fortalecem e me blindam contra possíveis sofrimentos desnecessários.


As estratégias adicionais vieram de um livro chamado Rejection Proof (em tradução livre "À prova de Rejeições"), escrito por Jia Jiang. Na verdade não li o livro propriamente mas um resumo dele num app muito bacana chamado Blinkist, que faz sínteses curtas de livros interessantes e dos mais diversos assuntos.

Blinkist te dá a oportunidade de uma breve inserção em livros que você provavelmente nunca teria tempo, foco e organização para ler. A forma como eles fazem os resumos é bem objetiva e direta, destaca as ideias centrais e se você achar que é muito legal, daí pode ir praquele determinado título. 

Fora que é ótimo pra praticar o inglês, pois além do resumo escrito, há também o arquivo de áudio num inglês padrão que é bem tranquilo de entender (infelizmente, o app é pago, mas pra mim, vale muito a pena). 


Vamos então aos principais insights do livro a partir da minha leitura (e com alguns exemplos que me vieram à cabeça como forma de ilustrar estas principais ideias):

  • É fundamental superar o medo da rejeição e desenvolver formas de lidar com ela! Por mais doloroso que possa ser, é algo que acontece diariamente com todo mundo, das mais variadas formas e mesmo com aquelas pessoas famosas ou que você acha muito fodonas. 

  • Mude seu olhar sobre a rejeição, aprenda e tire proveito destes acontecimentos!

  • Devemos aprender a repensar o significado da rejeição. Não se trata de um julgamento sobre quem você é. Rejeição tem mais a ver com visões pessoais que os outros tem a seu respeito (o que é bem diferente de um suposto "veredicto final"). Evite tratar a opinião dos outros como se fosse a palavra final a respeito da sua personalidade ou do que você tem a oferecer. 

[ou seja, o fora daquele boy que você tanto tava a fim, tem mais a ver com o fato de ele não ter ficado a fim do que sobre o sua valia. É o desejo dele apenas...]

  • Pessoas diferentes respondem a um determinado evento de formas diferentes. Superar a rejeição pode ser, em alguns casos, uma simples questão de não desistir na 1a tentativa. Tente de novo, repetidas vezes, em direções ou pessoas diferentes. 

[Por exemplo, quantos atores receberam muitos "nãos" antes do primeiro "sim"? Eles não desistiram, bateram em várias portas, muitos não responderam, mas alguém, em algum momento, achou que deveria responder. O exemplo também dialoga com aquela história de que às vezes ficamos focados numa porta que nos foi fechada, enquanto próximas de nós há váááárias janelas abertas com oportunidades incríveis. 

De novo, o fora daquele boy que você tanto queria pode estar te turvando a vista para outros pretendentes tão ou mais interessantes do que ele. Lembra daquele ditado? Homem é igual biscoito, vai um, vem dezoito!]

  • Por isso, há muito o que aprender com a rejeição. Não fuja quando as pessoas te disserem "não". Entenda os motivos e melhore. Descubra as razões por trás de determinada situação de rejeição. Se for possível, questione as pessoas que te rejeitaram a respeito dos motivos. Isso ajuda inclusive a lidar melhor com o fato e a formular uma estratégia melhor numa próxima oportunidade. 

  • Rejeição não tem necessariamente a ver com você. Às vezes você está focando na audiência errada ou o contexto pode não ser favorável. Há muitos outros fatores determinantes externos a você e sobre os quais você não terá o menor controle. 

[Alguém pode ter te achado bonito, interessante, atraente. Mas tem namorado. Ou acabou de se separar e não está com cabeça pra isso. Ou então mora em outro lugar e não quer ter uma relação a distância. Percebe como podem ser várias hipóteses?]

  • Ao ser capaz de perceber os aspectos positivos de receber um "não", você terá mais condições de superar o medo de ser rejeitado. Você pode usar a rejeição para se motivar e melhorar sua habilidade de trabalhar em metas, planos e projetos ainda mais incríveis. Algumas pessoas encararam a rejeição como um alimento para se tornarem muito melhores em determinada área. Ressignificação incrível!

[Arrisque mais! Vá e paquere alguém que você está a fim na balada, sem medo de receber um "não", afinal, um "não" não é o fim do mundo... é apenas e tão somente um "não". Entendeu? Ou não? :) ]

  • Vivenciar a rejeição te ajuda a criar mais empatia com os outros. Pode ainda ser uma boa prova de fogo sobre determinado sonho teu. Você quer realmente aquilo? Até onde está disposto a ir por isso? 

  • Superar a rejeição nos encoraja a assumir mais riscos na vida. Te faz olhar pra dentro de si, se valorizar e se sentir confortável com suas escolhas, antes de ir buscar a aprovação dos outros. Superar o medo da rejeição nos torna menos dependentes da aprovação de terceiros.

  • Em suma, esta a ideia central do livro: situações de rejeição acontecem todos os dias, mas como são interpretadas, vai depender de você. Quando você começa a "abraçar" a rejeição e a aprender com ela, poderá melhor definir seus objetivos. Ela poderá ser a força mais poderosa a te levar a viver a vida que você sempre quis. 

  • Tornar-se autêntico e confiante deve ser nossa prioridade n. 01.

E com isso fechamos os posts do mês de novembro em grande estilo!

 

Esse 2o semestre começou muito difícil pra mim, mas felizmente as coisas entraram nos eixos (ainda que não necessariamente no eixo que eu imaginava a princípio) e tenho conseguido momentos de tranquilidade, reflexão e paz de espírito como há tempos eu não tinha. 

Não que eu tenha "resolvido" todas as minhas questões, elas continuam aí super atuais, hehehe... mas me sinto mais sereno e paciente; menos ansioso e controlador. 

Dezembro já está aí e com ele os últimos dias de 2017... que ano maluco e intenso foi esse!!!

[ok... ainda não é hora de retrospectiva... tem muita história pra contar e assuntos pra comentar]

Até o próximo post! 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Rejeição - a [parcial] redenção

Intro: Caso tenha chegado diretamente neste post - ele é a 3a parte de uma trilogia sobre Rejeição. Se quiser ler as demais partes clique aqui para a parte I e aqui para a 2a parte.

Mandando ver, no vício da batida 
Querendo se envolver 
No estilo diferente, que prende e dá prazer 
Eu sei que logo sente, te faz enlouquecer 
Faço ferver (Pablo Vittar, Corpo Sensual)

E se aquele ditado que falei no post anterior é mesmo verdade... bom, ele se cumpriu.


A noite de sábado foi completamente diferente da de sexta. Não tenho muito o que dizer além do que já disse em diversos outros posts aqui. E juro, não sou garoto propaganda da The Week; é que eu realmente gosto de lá e me divirto bastante (não ganho nada pra dizer isso, tá?).

Estar com os amigos de sempre também faz toda a diferença; a energia e o carinho que trocamos ali me alimenta a alma!

Havia um DJ residente do Rio que estava tocando quando chegamos e nós realmente gostamos dele!

Eu cheguei mais tímido, ainda impactado pelos efeitos da noite anterior. Eu já saquei que posso (e devo) ser mais atirado na balada, devia chegar um pouco mais incisivamente nos caras que fico a fim (sem ser inconveniente, claro). Aos poucos vou fazendo pequenos progressos, mas eu realmente deveria me arriscar mais.

Já pensei nos motivos desse meu comportamento. Sinto que receber um "não" (ainda que com um simples olhar -  que pode demonstrar reprovação explícita ou ser total blasè) tem  um efeito muito negativo em mim. Novamente, aquele erro estratégico de achar que o "não" recebido equivale a uma sentença definitiva e abrangente sobre o seu próprio valor.

Desconstruir isso é difícil pra mim. Vai aos poucos.

E também é bom ter a consciência de que nunca se ganha todas. Ninguém ganha.. e isso também não é uma sentença sobre você. As pessoas têm preferências e gostos diferentes (assim como eu também tenho). O "não" faz parte de qualquer processo, assim como o "sim"

Eu comecei a caça meio devagar... fiquei com um cara muito gostoso mas que não tinha achado bonito. Mas ele passou ali, me deu bola, pegou na minha cintura, puxou um papo e ligamos a máquina de beijos. 

Depois veio um outro que agora não me lembro, mas o fato é que ao passar da noite eu fui ficando mais confiante pra dar uns rasantes em outros caras que fiquei a fim.

E foram dois outros danoninhos os responsáveis pela minha redenção! 

Uma coisa legal dessas baladas é a forma como nos aproximamos do "alvo"... ou de como os "alvos" se aproximam de você. Parece uma dança do acasalamento (e instintivamente, é!). Com o 1o garoto, João, eu fui bem devagar, levei um tempo pra saber se ele tava realmente a fim... ele me dava sinais dúbios, dançávamos perto mas havia uns amigos dele também. E o bacana é que eu tive de arriscar, uma hora me aproximei mais, fiquei bem próximo dele, e ele se deixou abraçar...

Aí colega... foi se jogar... magrinho, lindo, olhar angelical, olhos claros, é um tipo que me desperta sensações muito gostosas. Ali o papel de condutor é meu e eu o exerço com maestria, esmero e prazer. Um abraço apertado, forte, suado, quente como as noites quentes de verão (como já dizia a canção do Radio Taxi). Aquele abraço que envolve o outro e traz ele pra muito perto de vc. Os dois suados, com tesão, e trocando muito e deliciosos beijos, ao som da batida, sob as luzes estroboscópicas e com as mentes numa sensação de relaxamento. 

Um tempo depois, ao andar pelos corredores do camarote (que estava muito cheio), eu dei uma baqueada e nós acabamos nos perdendo. Fui lá pra fora tomar um ar, uma coca bem gelada, uma brisa de vento e comer um chocolate pra recuperar as energias. 

Ao voltar, antes mesmo de encontrar meus amigos, dei de cara com outro garoto, Henrique, com quem eu já havia flertado antes, mas que não tinha me dado a menor bola. Pois não é que desta vez a gente se olhou e se atracou na mesma hora? Com o João tinha sido um pouco mais leve, delicado, mas o Henrique tinha uma pegada mais forte e de certa forma ficamos rivalizando pra ver quem pegava mais forte o outro hahahaha (aquelas coisas de competição entre garotos).


Mas ao mesmo tempo eu cavei espaço pra me sentir abraçado, colocar a cabeça no ombro dele. Abraços podem ter objetivos e energias muito diferentes. Naquele momento o meu abraço queria se conectar de forma mais emocional com o corpo e a mente dele. Um pouco como a letra da música que abriu o post: "Tá todo carente no pedido informal". Louco né?

Isso já devia ser quase seis da manhã e me bateu um pouquinho de carência, vontade de ter um alguém pra ficar dando beijinho, olhando nos olhos, sorrindo. Pode parecer contraditório, e de certa forma é... procurar isso justo naquele ambiente... mas eu tava lá e era lá que eu ia tentar. 

O Henrique também me passava sinais dúbios... parecia estar olhando pra outros cantos como se procurasse alguém... isso me incomodou um pouco e eu quase disse que se ele quisesse, não era obrigado a ficar ali comigo (olha a insegurança da pessoa né? hahahaha) Ainda bem que eu me segurei e não falei isso, continuei a curtir sabendo que poderia acabar a qualquer momento. Às vezes me acho muito sábio, hahaha. 

Havia um cara próximo de nós que estava olhando e eu tomei a iniciativa de me aproximar e engatamos uma pegação a três. De certa forma foi uma estratégia pra não deixar o Henrique sair dali. Só que um pouco depois ele convidou a mim e ao outro rapaz para irmos ao banheiro. 


Eu não curto sexo na balada. Fiz uma única vez e não é algo que queira fazer de novo. Gosto mesmo é da pegação na pista. Então foram os dois e eu fiquei ali, ainda disponível pra negócios.

E não é que passa um grandão, cara de bobo, sorrisão... cabelo máquina um... tem seu charme, hehehe. Eu encarei com o olhar e ele ficou. Chegou perto, perguntou meu nome e me abraçou. Foi bom, mas confesso que não curto muito esses caras mais fortes... sei lá, parece difícil administrar tanto whey protein junto... eu faço a linha mais slim e curto caras mais parecidos comigo. Os magrinhos sempre tão uns passos à frente no tabuleiro.

Pois não é que daqui a pouco o Henrique volta lá. Porra, pra que complicar né? Podia ter ficado comigo esse tempo. Daí queria que eu fosse embora com ele. Eu propus ficarmos os três mas ele não quis e me disse de boa "pode ficar com ele, eu tô por ali dançando". Eu concordei mas disse bem enfático: "Me espera que te encontro depois então." Moderno né?  

O Henrique ficou me atentando pra ir embora com ele... eu não queria, queria curtir ainda mais com meus amigos, mas achei que era uma oportunidade que não dava pra perder, especialmente pelo fato de que ele mora em Curitiba e estava ali só pelo final de semana na casa de um amigo.

Depois que nos reencontramos, ele parecia estar mais carinhoso, me elogiou e ficamos descansando abraçadinhos no sofá do bar (enquanto eu me decidi).

Então decidi ir com ele - mas não sem antes ouvir um "passou o rodo hoje hein!" de um dos meus amigos... (dê dinheiro, gi, key, bala... mas não dê intimidade, hahaha)

Pegamos um táxi rumo à Augusta. Como é lindo ver São Paulo amanhecendo ali na zona oeste... tomamos um café com pão de queijo na padoca e fomos pro apto do amigo dele.


Ambos estávamos muito cansados, roupas e corpos suados e não havia muita condição de uma trepada minimamente decente (ou ao menos com os itens de conforto e tranquilidade que eu valorizo). Nos pegamos ali rapidamente, mal tiramos a roupa ele já abriu uma camisinha, encapou meu pau e sentou nele, cavalgando com vontade.

O pau dele era lindo, circuncisado, rosado e grande... fiquei punhetando aquele pau com vontade enquanto ele cavalgava. Depois comi ele de quatro e de frango, curtindo muito a cara dele, de quem tava curtindo também.

De repente ele me virou e tentou me comer. Mas eu não tava na vibe, não consegui relaxar, então voltei a comer ele mais um pouco, até que gozamos.

Ele me perguntou se eu queria ficar ou ir embora, e isso foi a dica pra mim (independente disso, era óbvio que eu iria embora, tomar uma ducha e dormir na minha cama como um rei). E foi o que fiz. Andei ainda um pouco até achar um taxi, com aquela sensação gostosa de ter aproveitado bastante a noite e já sem os efeitos da noite anterior (apenas lembranças que a cada dia ficam menos vívidas até quase se apagarem e perderem o poder de te incomodar). 

A noite teve esse gostinho especial: Redenção.



Eu nunca havia pensado sob esse prisma de forma tão analítica. Ela me fez ver que a noite anterior tinha sido apenas uma noite de má sorte, e que isso não representa um estado mais definitivo sobre as coisas. É preciso ter resiliência pra suportar momentos ruins, inclusive pelo fato de serem apenas momentos, com prazo pra acabar. Relativize um pouco enquanto estiver passando por esses momentos ruins, tente analisar, tirar algum proveito ou aprendizado, pois logo virão bons momentos.

Falta um ponto ainda. Por que você diz que a redenção é parcial?

Porque ela foi momentânea.

E porque há outras áreas da minha vida que também lidam com o tema da rejeição.

De certa forma ela resolveu uma questão pontual daquele final de semana, mas estas questões continuam a me desafiar e a me demandar estratégias com o objetivo de minimizar o sofrimento e ampliar potências.

É preciso continuar pondo em prática as lições aprendidas até que se tornem espontâneas. Até que você consiga perceber que superou questões que antes pareciam grandes muralhas - mas agora vc já as transpôs e elas ficaram pra trás.

sábado, 11 de novembro de 2017

Rejeição - a prática

Te convidei pro samba e você não veio. Cê me deixou no samba, eu vou te esquecer. (Adriana Calcanhotto - O micróbio do samba)

O feriado do começo de novembro me fez discorrer no post anterior sobre uma espécie de "teoria da rejeição".

E alguns acontecimentos me ajudaram a fazer o teste de hipótese dela. Nada mal para um pesquisador.

Mas péssimo para "um coração dependente, viciado em amar errado" (como já cantava Marina Lima).

O festival de frustrações começou na quinta, quando fiquei paquerando um cara na academia que era bem interessante. A gente ficou se olhando, terminamos os treinos mais ou menos na mesma hora (mentira... eu acelerei o meu kkkk) e ao terminar, fui ao bar, pedi um café e sentei numa mesa. Ele passou, olhou, eu dei um 'oi' e ele parou pra falar comigo. Se sentou e engatamos uma ótima conversa que evoluiu pra um almoço ali perto e depois uma caminhada até um ponto de táxi. 

Eu fiquei bem empolgadinho, ele pegou meu telefone, meu insta... daí quando cheguei em casa mandei uma mensagem falando que tinha curtido muito o papo. Ele respondeu com um "pois é. vamos falando".

Colegas, é incrível como a intuição [a minha, ao menos] já nos mostra que, com uma resposta dessa, não há a menor, A MENOR possibilidade de rolar algo. Ao ler a frase foi como se um filminho instantâneo tivesse passado na cabeça deixando bem claro: "perdeu playboy, não vai rolar com ele." Eu ainda dei uma deixa "se tiver a fim de tomar um café no fim da tarde me dá um toque". Ele disse que tinha de encontrar um amigo e conforme fosse, me falava. O famoso "tá, qualquer coisa eu te falo". Não falou.

Altos e baixos em muito pouco tempo. Difícil manter a saúde mental desse jeito. 

Na sexta nos encontramos novamente na academia, ele disse que queria ir na Bigger, uma festa de ursos que rola aqui em Sampa, eu falei que também tava a fim, convidei-o pra ir comigo e ele falou que me mandaria mensagem mais à noite, que ia combinar com um amigo também. Tô escrevendo esse texto na segunda à noite e não veio nenhuma mensagem.

Cara, essa sensação de "left behind" [ser deixado pra trás] é muito ruim. Vc cria certa expectativa, inclusive baseada nos sinais que o outro dá (mesmo que dúbios ou insuficientes). Vc se pergunta por que alguém diz que vai ligar e não liga. Vc se pergunta se não seria mais fácil dizer "não, não tô a fim", ou "não, não rola", ou mesmo não criar pretensas coisas pra se fazer juntos. Preferimos sinalizar positivamente e, após, deixar no vácuo.

Não sei se isso é típico de brasileiro (e eu sou brasileiro também, tô me incluindo na jogada), se falta culhão pra gente dizer "não" de forma mais enfática (o que não significa ser rude ou estúpido). Definitivamente, não é bom quando acontece.

De qualquer forma, eu fui na bear party. Tenho um amigo urso super querido e ele me chamou. Achei que seria bacana, pois fazia tempo que não saíamos juntos.

Já faz uns meses que ando numa fase meio carente, querendo encontros com maior conexão e estando aberto a namorar. Bom, vcs conseguem prever que é no mínimo arriscado ir pra uma festa dessas com este espírito dentro do peito.

A 1a ficada, ironicamente foi com um casal. Eu tava de olho num loirinho e perguntei pro cara ao lado dele, que imaginei, fosse um amigo. Daí o cara fala, super de boa, que era o namorado, mas que eu poderia trocar uma ideia se quisesse. E me apresenta o loirinho. O loirinho foi receptivo, ficamos lá um tempo, o namorado entrou também, nos beijamos, dançamos juntos... mas foi morno.

Um tempo depois o loirinho me fala: "queridão, a gente vai dar uma circulada pra encontrar uns amigos nossos." Me despedi super de boa, mas no fundo fiquei um pouco triste, pois queria ter ficado com eles o restante da noite e interagido de forma mais intensa, como tinha acontecido na balada do 7 de setembro.

Na sequência, pra minha total surpresa, encontrei o Paulo, que não via há um bom tempo e de quem, conscientemente, preferi me afastar. Paulo foi um cara que começou como um despretensioso "pau-amigo" mas que com o tempo foi me conquistando de uma maneira incrível, pela simples convivência; pela pessoa incrível que ele é (e claro, porque nossas fodas eram muito boas!).

Eu passei a ficar mais interessado nele, o meu interesse mudou de perspectiva, só que o dele não. Numas das nossas últimas conversas inclusive, ele me falou, em tom meio confessional: "tenho a vida complicada. E a cabeça também" (e não acho que tenha sido desculpa esfarrapada não... acho que foi sincero).  

Nós conversamos rapidamente, ele sempre muito simpático, cortês, um sorriso de derrubar quarteirão. Até demos uns beijos de leve, ele elogiou meu corpo, disse que eu tava gostoso, mas eu senti que claramente parecia não rolar mais tesão, mais excitação. E esse foi o outro ponto negativo da noite. Após um tempo, a mesma tradicional saída: "então, vou ali encontrar meus amigos". Mais uma expectativa frustrada.  

Pra fechar a noite com chave de ouro, fui falar com cara que eu vi e gostei... o cara parecia bem chapado, parecia não falar direito... e foi tudo muito rápido, a gente meio que se abraçou, um beijo rápido e ele me puxou, disse que precisava ir ao banheiro. A gente ainda se encostou na parede, mais um beijo e ele entrou.

Eu não sei se sou inocente, mas nessas horas eu costumo esperar o cara voltar rs... (muita gente aproveita pra ir embora pra outro canto). Ele voltou, ainda nos abraçamos, mas logo ele disse: "então, eu vou dar uma volta por aí."

Puts, confesso que essa frase também me doeu... E no fundo, o que eu queria mesmo era alguém pra ficar casadinho na balada, curtindo o som e o MD batendo... mas saiu tudo errado. O som não tava legal, eu não estava com meus amigos tradicionais e a balada terminou comigo numa baita bad vibe e eu sem nenhuma serotonina pra contar a história. Confesso que saí dali me sentindo um looser.

E o sábado fiquei de bad total, uma angústia brava, que parecia não ter hora pra terminar. E não sei se foi pelo MD (que experimentei pela 1a vez) ou se por todos estes gatilhos que dispararam velhas e conhecidas angústias.

Vc passa o dia mobilizado, sentindo isso tudo e torcendo pra que acabe.

Não sei ao certo como concluir este texto. Será que dá pra tirar alguma lição disso tudo?

Não sei se consigo me fortalecer a ponto de não sentir algo ruim quando situações assim acontecerem. Ou se evito situações assim como forma de me proteger da frustração. Ou se simplesmente é melhor pensar que foi 'apenas um dia qualquer' e que 'não há nada como um dia após o outro'.

A ver...

PS: salvo maior inspiração futura, não tô nem um pouco a fim de colocar ilustrações nesse post... não vou dar ibope pra esses malfeitores do meu coração hahahaha 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Rejeição - a teoria

Por mais que eu tenha a consciência (no plano racional) de que não deveria me abalar quando alguém que eu quero não me quer... porra, como dói!!!


A depender do momento em que vc está, pode doer mais ou pode doer menos. E às vezes é algo aparentemente banal mas que desperta algum gatilho emocional na sua mente, e aí a coisa sai pior do que deveria. 

Dia desses estava lendo um artigo super interessante: um leitor perguntava como deveria manifestar interesse após o 1º encontro com um cara, mas sem se colocar numa posição 'vulnerável' (como se estivesse do lado 'mais fraco'). Como se o fato de mostrar interesse te colocasse nessa posição e, caso o outro também não demonstrasse, vc ficaria 'marcado' na história como o looser (perdedor). 

O leitor colocava sua angústia (muitíssimo conhecida de todos nós, diga-se de passagem) sobre como o mundo da paquera virtual gay costuma ser cruel, com as pessoas fazendo jogos e mais jogos e ninguém tendo coragem de se posicionar e avançar para algo mais concreto.

O escritor conclui dizendo que prefere ver esse "jogo" da paquera não como um jogo propriamente (que pressupõe a existência de ganhadores e perdedores), mas mais como uma "dança", na qual por vezes os parceiros conseguem interagir de forma sincronizada, mas em outras, não.


Ele incentiva o leitor a deixar claro seu interesse (ele próprio diz que já no 1º encontro deixaria claro o interesse por um 2º, caso fosse esse mesmo seu sentimento). Se o parceiro demorar a responder, não mostrar interesse, ou mesmo disser um "não rola", bem... IT IS WHAT IT IS! Simples assim. Ou seja, vc não perde nada em mostrar interesse. Mostrar ou não mostrar não tem o condão de alterar o interesse do outro (que na maioria das vezes já está formado previamente).  

A gente não deveria levar isso pelo lado pessoal. E sabe por que? Pense de forma invertida e lembre-se das (várias) vezes em que vc disse "não rola". Provavelmente vc agiu assim porque simplesmente não se interessou pelo cara, e não por alguma característica bizarra ou medonha que ele pudesse ter. Simplesmente não rolou química, não rolou atração, não rolou interesse. E quanto tempo levou para vc se dar conta de que não tinha interesse? Quase tão rápido quanto votar na urna eletrônica, hehe...


IT IS WHAT IT IS! bitch 



Quando acontece conosco, tendemos a significar a rejeição como algo maior do que ela é. Como se tivéssemos alguma falha ou defeito muito grande que justificasse a falta de interesse do outro. Mas de novo, invertamos a equação e, ao mudarmos de lado, veremos que não é bem assim.

Em suma: o que vc sofre é exatamente o que faz os outros sofrerem. [é nessas horas que sinto falta de um emoji pra representar um 'tapa na cara', hahahaha]

E é impressionante como tua mente [ou o universo, se preferir] te faz se lembrar, a cada situação onde vc reclama que está sofrendo, de outra situação muito parecida na qual vc esteve do outro lado. Acontece muito comigo. Insights... [e novamente, cadê a porra do emoji pra representar o tapa na cara...]

Incrível também como os interesses são nossa grande roda motora. Soa inclusive bem egoísta colocar as coisas nestes termos. É o nosso interesse particularista que faz a gente tirar a bunda da cadeira e correr atrás daquilo que queremos com impressionante determinação, movendo montanhas se preciso for.

Mas sem interesse... aahh minha colega... não movemos a unha do dedinho do pé... não esticamos o dedinho pra mexer no celular. Sequer lembramos de que há uma outra pessoa nos desejando ardentemente e ansiando por uma simples mensagem no celular. Cruel né? Mas é assim. 

Eu acho que também ajuda se pensarmos que a regra geral da vida é a do desencontro. Desencontro dos desejos, das expectativas, das afinidades, dos momentos de vida. Por mais triste e revoltante que possa parecer, faz muito mais sentido do que partir do pressuposto de que a regra é o encontro. E a vida tende a ser dura, ninguém nasceu com "direito" à felicidade (por mais que nossos pais nos tenham prometido isso ou mesmo a mídia bombardeie esse tipo de ideia na nossa cabeça).

Agora... será que esta minha análise é muito imediatista? Será que, ao conceber as coisas de maneira tão rápida e acelerada eu não estaria "abortando" inúmeras possibilidades de histórias interessantes? O interesse em alguém pode ser manifestar de forma lenta e gradual?

Honestamente, não tenho essa resposta pra te dar, querido leitor! :) Quer me ajudar a pensar? Eu adoraria!

Obviamente eu não quero generalizar e dizer que isso é uma regra única e universal. Todos conhecemos histórias de pessoas que foram se interessando gradualmente ou até mesmo depois de brigarem ou de terem um estranhamento inicial. Mas acho que a "teoria" que tentei descrever acima funciona pra grande parte das histórias, especialmente nesse universo da paquera virtual e de um mundo extremamente acelerado... o 'tal' mundo da modernidade líquida.

De qualquer forma, vamos deixar essa brecha para outras possibilidades. É sempre bom ser surpreendido.

Feita essa ressalva, vamos tentar continuar a visão pragmática das coisas: como sair desse ciclo? Tem como?

Eu, particularmente, não quero sofrer assim. E também não tenho intenção nenhuma em fazer os outros sofrerem.

Fiquei pensando em como poderia responder à pergunta que eu mesmo me fiz. Se isso seria possível, dado que estamos a todo tempo nos relacionando com outras pessoas e que ninguém vai virar celibatário ou se trancafiar em um convento.

Elencaria três possíveis ações:

  • Começaria dizendo que é importante estarmos fazendo constantemente esse exercício de desvincular o "não" recebido de qualquer valoração de nós mesmos. Esse "não", por mais que não o queiramos, nada tem a ver com nosso valor próprio, não deveria abalar nossa auto-estima. Claro, não é fácil, especialmente quando queremos muito estar com alguém. Mas parece ser da loteria da vida... temos pouco controle sobre nossos desejos (assim como os outros também não tem).
  •  Resiliência é uma palavra que também cabe aqui. Uma definição básica pra ela: "é a capacidade de suportar ou se recuperar de situações difíceis. Saber que não seremos destruídos significa que estamos mais à vontade com o risco e a incerteza, então provavelmente somos mais eficazes e podemos viver a vida com positividade, apesar dos reveses que encontramos." Resiliência é uma competência que pode [e deve] ser treinada e aprendida. 
  • Por fim, tentemos aplicar aquela famosa regra: não fazer com os outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. Caso não tenha interesse em alguém, tente ser o mais objetivo possível, sem necessariamente ser rude ou estúpido. Deixe as coisas claras o quanto antes, assim a pessoa não terá falsas esperanças e tenderá a levar o "não" recebido de forma mais racional e menos pessoal.