quinta-feira, 13 de julho de 2017

Eu, carente? um contraponto...

Tenho dois lobos dentro de min, o do amor e o do prazer. Os dois lutam para ter o controle. Qual deles vai vencer? O que você alimentar. (de um perfil no Grindr).


Puts, como é difícil receber "críticas" de quem amamos e, consequentemente, de quem queremos que tenha uma boa visão sobre nós.

A gente quer sempre "estar bem na fita" com as pessoas e às vezes temos dificuldade em nos mostrarmos vulneráveis, inseguros, confusos. Sei que não é fácil, mas é importante termos com quem dividir medos, dúvidas e frustrações.

Eu tenho tentado fazer esse exercício, sempre que necessário, não me impondo obrigação de perfeição. E sempre procuro também acolher que se aproxima de mim com os mesmos sentimentos. 

E nesse contexto, nada como receber uma crítica construtiva, carinhosa e de alguém que sim, se preocupa com vc, ainda que não necessariamente entenda o seu jeito de ser (e discorde dele). 

Minha conversa com o Mário, no sábado de noite/momento pré-balada foi assim:

M: e aê... vai rolar TW à noite?
HS: então, por mim sim... vcs tão no clima?
M:TOP!
HS: tô precisando de um up, vcs me ajudam?
M: Como assim? vc tá a semana toda animado!!!
HS: Hj me bateu uma bad...ah, vc conhece seu eleitorado kkkkk
M: Bad de que? Dormiu na casa do boy... almoçou com amigo... balada com os amigos. Não foi bom o almoço?
HS: Almoço foi ótimo... mas depois fiz umas falas com outras pessoas que me deram outras visões... panorama no trabalho tá meio assustador. Bom... e tem o Asher. não queria, mas mexeu muito comigo e eu não consigo esquecê-lo.
M: queridão... vc ainda tá mto vulnerável.
HS: Eu tô... sentimentalmente tô sim... Só vou deixar de estar qdo vier uma história legal e minimamente estável...
M: Tá uma carência desenfreada da peste!!!
HS: Eh vontade de ter alguém mais perto. Que mal há nisso?
M: Isso é o problema... toda história que vc começar... já iniciará carregada... Vc precisa de leveza meu amigo. Esse alguém só virá se vc achar alguém pra dividir as coisas e não pra carrega la com suas expectativas.
HS: Como faço?
M: São horas de papo... mas em poucas palavras vc tem de estar desimpedido com suas expectativas
HS: Vc acha que sou muito intenso?
M: Senão toda história tomará proporção maior do que é e deixará vc frustrado.
HS: Good point!
M: Think about and lets play with the boys...They are here :) 

O Mário normalmente consegue ser mais frio e calculista nas análises, bem mais do que eu. E ele já vinha me "alertando" sobre esse meu padrão desde a história do André

Quando ele me falava sobre isso me incomodava bastante. Eu me sentia sendo autêntico nos meus sentimentos e correndo atrás daquilo que desejava e entendia ser o certo pra mim. Ainda o questionava porque atualmente pra ele é fácil se posicionar assim. Ele tem o boy dele, estão sempre juntos, saem juntos, aprontam juntos. Então ele tá suprido nas carências e necessidades dele. E olha que ele se recusa a chamar essa relação de namoro. Pode tortura-lo mas ele não vai pronunciar essa palavra proibida, hehe. 

Mas eu tentei abstrair isso e analisar se o que ele estava falando fazia algum sentido. E tenho certeza que ele disse de coração, sendo sincero e querendo ajudar ao perceber isso. 

E de fato, eu acho que tô chegando com uma expectativa muito grande nas histórias que surgem. E isso pode atrapalhar. Eu ando querendo tanto uma história que agregue sentimentos também (além do sexo e diversão) que corro o risco de projetar demais essa expectativa no outro e fazer isso rápido demais. E preciso, claro, me certificar se há uma sintonia semelhante da outra parte. Porque certamente essa energia que você coloca na história é captada e sentida pelo outro.


Sabe aquela música do Kid Abelha: 

Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor.


E sim, por mais que eu não goste de admitir, eu ando muito carente... inclusive pelo fato de ter vivido momentos intensos e incríveis nos últimos tempos e claro, isso te faz desejar isso novamente, de forma mais constante. Em especial a história do Asher: foi tão intenso que me fez projetar coisas demais, grandes demais, definitivas demais. E as histórias de amor não se constroem assim... nem sei, aliás, se isso era amor ou só paixão, não teve tempo.  


Acho que no contexto, isso vem da minha própria personalidade. Quando tenho um objetivo e certeza de algo que quero, costumo ser intenso e buscar de todas as formas, às vezes até exageradamente (o mais complexo é ter certeza de que se quer algo... mas qdo essa certeza vez, daí ninguém me segura.). 

Nessas horas me vêm também a música do Chico, Futuros Amantes: Não se afobe não, que nada é pra já. [falar isso pra uma pessoa ansiosa é a morte! hahahaha]

Fico grato e feliz pelas palavras do Mário e mais vigilante quanto às próximas histórias. Um pouco de leveza vai me fazer bem. 

Isso não quer dizer que eu não possa me dar o direito de ser intenso e verdadeiro nos meus sentimentos. Mas posso fazer isso sem pesar no outro, sabendo que as histórias de amor e paixão não têm absolutamente nenhuma garantia e que é preciso aprender a navegar nesses mares inconstantes [ora calmos, ora agitados] sem naufragar.  


Pra frente, são duas questões "a ver":

1 - vou conseguir segurar minha ansiedade e voracidade e 'aplicar' essa teoria? Ou na hora em que surgir outra dessas histórias eu vou mandar tudo à merda e me jogar de cabeça?

2 - será que voltei mesmo a acreditar numa visão de amor romântico? [logo eu, discípulo da Regina Navarro Lins?] 

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