terça-feira, 21 de março de 2017

André - frio e solto na vida - parte II.

Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos. Tínhamos um plano, você mudou de ideia. (Sereníssima, Legião Urbana).

Foi um alento ter escrito aquele texto [imenso] sobre o André; me ajudou a ter uma dimensão de todo o processo e de fazer algumas reflexões, perceber coisas que eu não tinha visto antes. 

Quero escrever agora algumas coisas que gostaria de dizer a ele. Eu fiquei nas últimas semanas me "preparando" para uma pretensa conversa. Olha como a mente da gente é maluca... Eu tinha certeza que em algum momento ele iria me ligar e, de certa forma, me pedir desculpas. 

Tudo bem que na última mensagem que ele me mandou a resposta minha foi seca. Eu fiquei me perguntando se deveria ter cortado contato dessa forma tão brusca. Se não seria o caso de ter conversado com ele, como de fato ele quis naquele final de semana trágico. 

Pode até ser. Mas exigiria de mim uma dose de frieza e resignação que eu não estava disposto a dar. Me sentiria muito violentado se tivesse de agir assim. E eu sou orgulhoso mesmo, é uma característica minha (nem vou entrar no mérito se é um defeito). Mas é fato que com esse corte de contato eu quis também punir o André (como se pra ele isso fizesse diferença... Não faz.... Aquele coração de aço...).

Tanto não faz diferença que ele não me ligou e não mandou mais mensagens. Eu penso nele todos os dias e os pensamentos variam. Às vezes me pego "ensaiando" as falas que diria a ele. Em outras, tento encontrar explicações,  e nas demais sinto raiva por ele ter agido dessa forma comigo.

 

Mas o que exatamente te deixa com raiva do André? Afinal, eu mesmo dizia estar fazendo uma aposta nesta história. Identifico duas questões.

A 1a foi que acho que ele desistiu muito fácil da nossa história. Ao longo de janeiro ele foi se desligando, acho que de forma até automática, o interesse deve ter diminuído, ele já não se sentia tão motivado a me dar qualquer tipo de atenção especial. 

Nesse momento tudo o que posso fazer são hipóteses e conjecturas. Então eu acho que pesou a nossa noite "meia boca" de sexo no final do ano. Eu mesmo fiquei atordoado no dia seguinte, pensando que não daria certo se o padrão de transa fosse esse. Mas ao longo dos dias seguintes 'construí' uma saída na minha cabeça que passaria por uma boa conversa a dois na qual eu falaria pra ele as coisas que gosto numa boa trepada e que adoraria que ele fizesse. Acho que a gente precisa investir mais em boas conversas com nossos parceiros, seja namorado, pau amigo, amizade colorida ou foda única.

Bom, se ele começou a se desligar por isso, é uma pena, acho que mostra certa falta de maturidade em como resolver as coisas, considerando todo o mais que havia nessa história. 

O outro ponto foi a de ele ter me deixado viajar ao Rio sem esclarecer as coisas. Pra mim é óbvio que ele chegou ao Rio já sabendo que não queria mais ficar comigo. Ele podia ter me dito isso, me dado a oportunidade de decidir se eu iria ou não e em que termos. Isso me doeu muito porque eu me senti como um idiota, um palhaço, que se prepara pra uma festa achando que o traje é a rigor, mas ao chegar lá e descobre que é esporte.

 

Porra,  vai tomar no cú! 

Eu nem vou especular aqui o quao deliberdamente ele agiu, acho que não foi de caso pensado, sinceramente acho isso. Mas me deixou muito puto e eu vou ter de aprender a viver com esse episódio e em breve espero esquecê-lo.

De qualquer forma, apesar de toda a dor que essa história trouxe, também trouxe uma coisa positiva. Eu me permiti viver essa história sem maiores receios, me deu vontade de namorá-lo e, ainda que não tenha dado certo com ele, eu levo isso comigo e fará diferença numa próxima história bacana que acontecer. 

Felizmente, o sofrimento pelo qual passamos nunca é em vão. E eu não tenho mais medo de tentar. Como diz a música da Madonna: Yes, I´m ready  to jump!

 

Eu ainda não consigo entender as supostas razões e motivos que ele teve pra fazer o que fez... Imaturidade, medo, ou simplesmente descurtiu (como eu já fiz outras milhares de vezes pra ir atrás de coisas que naquele momento me interessavam mais). Só que mesmo que eu pense assim, a dor vai continuar a mesma, a dor dessa história não ter dado certo, uma história na qual você apostou muitas fichas, se dedicou, treinou a entrega e a conexão. 

Termino esse texto então com a música que talvez simbolize o fim melancólico dessa história e que, quem sabe, um dia eu tenha a oportunidade de enviar ao André. Ela se chama Pra ser sincero, provavelmente a única canção que eu goste dos Engenheiros do Hawaii. 

 

Pra ser sincero 
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos

Pra ser sincero
Não espero que você
Minta!
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos

Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo

Num dia desses
Num desses encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação
Num dia desses

Num desses encontros casuais
Talvez eu diga:
-Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!

Nós dois temos  os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Nunca deixam suspeitos

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