segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Amenidades de meio de semana...

    Aquela nuvem que passa lá em cima sou eu. Aquele barco que vai mar afora sou eu. (Gilliard)

Acontecimentos de uma quarta feira rotineira... Reuniões longas e assuntos entediantes... Pensando em coisas melhores a se fazer. O tempo passa muito devagar...

É engraçado porque sempre que me pego neste estado mental - entediado em reuniões longas, com pouco ou nenhum interesse em acompanhar - eu começo a pensar em situações sexuais [ah... que jeito chic de dizer as coisas, hehehe]. E meio que de forma automática, a cena que me vem à cabeça são boas fodas onde estou sendo penetrado. 


Ou me lembro de boas fodas que já ocorreram [e algumas são realmente memoráveis] ou penso em fodas que gostaria de ter, com caras que me dão tesão e que estão me penetrando. Me imagino tomado por eles, entregue à situação, sem receio, aproveitando o momento ao máximo. A vantagem de deixar a sua imaginação voar é que não há limites, você não sente dor, não precisa ter camisinha e gel à mão e pode fazer o que quiser com aquele seu colega de trabalho casado.


Que tesão me imaginar assim... deitado, com o peso de alguém em minhas costas e pernas, enfiando o pau duraço todinho dentro de você, te envolvendo em um abraço apertado do qual você não pode escapar [claro que você nem está pensando na hipótese de...]. Quem já foi penetrado sabe do mix estranho de dor e prazer que se sente. E com o tempo você vai entendendo melhor como funciona, vai curtindo mais e melhor.

Tem caras que sabem fazer e o fazem absurdamente bem... outros tiram a média pra passar de ano...alguns são simplesmente um desastre.

Confesso que me é um pouco constrangedor escrever isso aqui de forma tão aberta... falar do meu desejo de ser penetrado e de como me imaginar nessa situação me é prazeroso.

Infelizmente nossa criação cristã-latina nos faz nos envergonhar primeiramente de sermos gays e, pior ainda, de sermos passivos. A própria ênfase que se dá a essa dicotomia ativo/passivo é o maior sintoma do nosso machismo e da nossa ignorância em explorar o prazer sexual em todas as suas dimensões. Sim, porque a crítica que se faz ao homem passivo tem a ver com vê-lo em uma posição entendida como feminina (e se é feminina, é inferior por natureza, argumentam ignorantemente). 

Não que a gente não possa ser uma coisa ou outra (as duas inclusive)... não que não haja preferências de cada um... o problema é a valoração que se dá a isto... e suas nefastas consequências. As pessoas podem gostar mais de verde ou de vermelho. Preferir coca a pepsi ou só tomar água. Ninguém "valora" este tipo de preferência. Ninguém te discrimina se você diz não gostar de beterraba ou só comer carne bem passada. Ninguém te elogia se você só usar gravata lisa. Mas as pessoas (os gays inclusive e principalmente) te movem na escala valorativa se você é ativo ou se é passivo. Ora, isso simplesmente não deveria fazer sentido. Preferências são preferências. Não se vale mais ou menos por isso.  


Uma das minhas cenas prediletas de imaginar envolve o Marcelo, de quem já escrevi aqui. Das duas últimas vezes em que nos encontramos a foda foi pegando fogo devagar... Eu de costas, ele deitado sobre mim e a gente foi esquentando até o ponto de ele tentar me penetrar antes de colocar a camisinha. Ele chegou a entrar um pouco e eu tive de ser muito, mas muito sangue frio pra não continuar. Não fiquei à vontade de deixa-lo me fuder assim e depois rolou com camisinha. Pena que o clima tenha quebrado um pouco, mas não me arrependo de ter agido assim.

Pra compensar um pouco, vira e mexe aquele mulato macho gostoso ocupa minha mente e eu imagino como teria sido se tivéssemos continuado sem aquela interrupção [necessária]. Vou confessar outra coisa aqui: nas minhas fantasias deste tipo, eu me imagino de certa forma dominado pelo parceiro, numa simulação de estar sendo pego à força, de não poder me desvencilhar daquela posição em que me encontro (vamos deixar bem claro - uma simulação consentida e sem violência). 

Saca aquele 1º momento em que você mete... o cara sente dor, mas ao mesmo tempo está ali entregue,  com as pernas abertas, sabendo que vai ser fudido e é isso o que ele quer. Ser fudido por trás, ou pressionado contra uma parede, ter os braços segurados ou as pernas prendidas, sem escapatória. "Imagina essa rola toda dentro de você", me disse o Marcelo com a voz rouca e amena em uma de nossas transas. O cara sabe o que faz! 

Naquela mesma quarte entediante, rolou uma jantinha à noite com meus amigos mais próximos: Leandro vira e mexe curte testar as receitas da Bela Gil. Eu e Zeca levamos bons vinhos e dessa vez o Mário foi o fiel ajudante de forno e fogão.


É muito interessante e reconfortante estar à uma mesa com amigos e perceber o grau de intimidade que existe ali entre pessoas que se conhecem e convivem há tantos anos. Não tem assunto proibido, não tem crítica que não possa ser feita. As ironias podem ser um tapa com luva de pelica ou um gancho direto no queixo.

Eu mesmo critico muito o namorado do Zeca [e ele sabe que tenho razão hahahahaha], acho um chato de galocha, rapaz entojado [a recíproca também é verdadeira]. O Mário joga umas coisas na cara do Leandro, mesmo depois de 12 anos do casinho fast que tiveram. O Leandro adora dar umas alfinetadas no fato de eu e o Mário estarmos muito próximos e fazendo putarias juntos (enquanto ele tá numa fase namoro e dedicado à pós graduação). Daí tenho de ouvir pérolas como esta: depois que começou a andar com o Mário, é só whey protein, drogas e sexo adulto. Mas eles adoram ouvir nossas histórias de putaria e sensualidade.

Agora pense na caminhada que amigos precisam ter pra chegar a fazer comentários peculiares como estes... 

A comida estava ótima! Harmonizamos com um branco e depois um tinto pra terminar o papo. Fui embora com a certeza de ter pessoas que me amam e com quem posso ser eu mesmo... sem qualquer censura. É um privilégio saber que vou envelhecer com estes caras ao meu lado... Isso é amizade pra vida toda... Zeca e eu planejamos montar um Melrose Place da 3ª idade, projeto pra daqui uns 35 anos. A ver...e a se imaginar...

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