quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Marcelo - viril e dócil

Marcelo, um mulato muito gente boa, mix de ingenuidade com uma pegada forte, viril. Nos conhecemos na época da copa do mundo, num dia em que eu cheguei do trabalho com um puta tesão, uma puta vontade de ter bom sexo e teclamos no chat do uol.
No começo tive medo, ele a princípio é meio secão, uma cara meio mal humorada. Mas ele é de uma doçura interessante... ele mesmo reconhece essa possibilidade de oscilar entre a sacanagem e a inocência.



Quando conversamos no chat disse ser ativo. Entendi que a transa iria por ai e topei numa boa. Mas ele não tem aquela vibe ativa de penetração... no nosso 1o encontro ele me falou: "meter pra mim não é fundamental"... e isso é algo que às vezes me intriga: ativos que não tem a penetração como foco da transa.
Já na 2o encontro nosso, ele se posicionou na transa como se quisesse ser passivo comigo... eu fui explorando e gostei da brincadeira... e dali pra frente, ficou como roteiro fixo das nossas transas.
O bacana da história é que um deixou o outro muito à vontade... Ele me dizia que só se permitia isso comigo... De outro lado, ele me deixava à vontade pra ficar na posição de passivo, sentir o corpo pesado dele, o pau dele tocando meu corpo... me deixava à vontade pra pedir coisas... essa sensação de estar à vontade com o parceiro é algo muito, muito legal.
Eu pensava que ele tinha vontade de ser penetrado, mas que faltava coragem para dar esse passo. No nosso último encontro, pouco antes do ano novo, ficou claro pra mim que não era isso... o cara curte muito ser acariciado e estimulado na bunda, na entrada do cu, mas fica por aí... é isso... ele não tem vontade de ser penetrado, não tem vontade de levar rola... dessa vez ficou claro pra mim... não era medo, receio, nem falta de macheza (às vezes a gente precisa ser macho pra tomar no cu).
Isso me deixou tranquilo... gosto quando as regras estão minimamente definidas, que cada um pode dizer do que gosta e pedir que o parceiro faça aquilo que lhe dá prazer.
O Marcelo me desperta alguns desejos gostosos de sentir... qdo estou com ele e qdo estou sozinho (ele é um dos meus melhores repertórios na parceria com minha mão esquerda).
Ele é o que podemos chamar de pau amigo... nos falamos de tempos em tempos, combinamos uma transa gostosa, uma cerveja gelada, falamos sobre trabalho, etc... não tem cobrança, não tem depois, não tem "o que vc vai fazer amanhã"?
No começo ele até chegou a dizer algo do tipo "eu gostaria de te ver mais vezes"... mas pra mim sempre foi claro que era um cara para momentos de bom sexo e bom papo. E tudo bem ser assim...

Imagem: Mestiço 1934, Cândido Portinari. Todos os direitos reservados. Uso para fins de entretenimento, sem qualquer finalidade lucrativa.

I´m a slut... but I´m not...



Ontem me bateu uma excitação e um alívio quando li o texto abaixo. Ele me representa demais... não que eu seja exatamente como está descrito ali, mas é uma visão do que almejo "poder ser"...


I´m a slut, but I´m not...

- Insecure. We’re not using others to validate who we are. We don’t have low self-esteem. We’re secure in our abilities and desires.

- Standardless. Being a slut doesn’t mean we don’t have standards. We don’t drop our pants for anyone who asks. We are discerning.

- Have “daddy issues”. We had plenty of love growing up. We’re not using sex as a substitute for parental love or to fill any hole in our lives.

- Loose. Learn anatomy and how the human body works... That isn’t a thing.

- Incapable of being monogamous. We’re not afraid of commitment or incapable of being exclusive. We don’t toss people aside for more casual flings. We’re capable or recognizing when someone special comes a long. [huummm... that´s a huuuuuge issue...]

- A sex addict. We’re not addicted. We are in control. Sex is not negatively affecting our lives or our relationships. It’s only enhancing our wellbeing.

- Using others. We aren’t taking advantage of others or manipulating them for sexual gains. We’re not liars. We don’t deceive. We make sure everyone we’re intimate with is on the same page as we are.

- Letting others use us. We don’t let others take advantage of us. We know how to say “No,” and we’re not afraid to reject you.

- Unsafe. We are safe. We use safe words. We use condoms. We care about consent and feeling comfortable.

- Manic. We’re not simply amid a manic episode and going on a sex spree.

So what are we? We want to explore various different types of connections, and understand that sex is just one, among many ways, to have a connection with someone else. We prioritize pleasure without being hedonists. We know what we want isn’t amoral and aren’t afraid to get it. We’re not going to let societal norms and America’s puritanical roots affect our wellbeing.

We’re proud sluts, and we're not ashamed.



Texto disponível em http://www.pride.com/gay/2016/2/24/im-slut-im-not  

Começo

É isso... precisou eu levar um fora "formal" de um dos rolos do tórrido carnaval no Rio pra me animar definitivamente e começar a escrever... escrever pra me analisar, escrever pra exorcizar fantasmas, escrever pra compartilhar... e quem sabe, escrever pra que o meu príncipe encantado me encontre... porra viado, faz pose de poliamorista, de anti-monogâmico, defende amor livre e sexo grupal... mas no fundo no fundo, também quer encontrar um homem pra chamar de teu, não é? porra de contraditório é esse? quero escrever sem muito método e sem muito compromisso... contar minhas histórias (pra mim mesmo e para quem mais quiser lê-las aqui), deixar registrados momentos bem (e mal) vividos pra poder lembrar dos detalhes alguns anos à frente... quer ser meu confidente?